Não é difícil encontrar engenheiros em cargos administrativos dentro de empresas de todos os tamanhos. E um dos cursos que mais prepara o profissional para estes cargos, que mesclam o conhecimento técnico aos conceitos de gestão, é a Engenharia de Produção.
A menos tecnológica das engenharias - segundo palavras da própria Associação Brasileira de Engenharia de Produção (Abepro) - é também a mais generalista: tem tantas disciplinas de gestão que chega a se confundir com a faculdade de Administração de Empresas. No currículo, aulas de administração, comércio, contabilidade e técnicas de gerência se misturam ao conteúdo técnico, como disciplinas de química, física, matemática, materiais, desenho técnico, eletrotécnica e automação industrial.
Mercado - A Abepro cita como tarefas próprias do engenheiro de Produção nada menos que dez áreas: gestão da produção, da qualidade, econômica, de produto, estratégica, de organizacional e ambiental, além de ergonomia, pesquisa operacional e a área acadêmica. Conforme o coordenador do curso de Engenharia de Produção da Unisinos (RS), Jacinto Ponte Júnior, estas tarefas costumam ser executadas pelo profissional em indústrias, empresas de serviços e bancos.
Com tanta variedade de áreas para atuar, o profissional sai da faculdade empregado, comenta Ponte Júnior. "Em geral, nossos egressos não têm muita dificuldade de entrar no mercado de trabalho, pois trabalham em funções correlatas durante quase todo o período do curso de engenharia", diz. O piso é de seis salários mínimos para o engenheiro iniciante.
É pra você? - Como em todas as engenharias, é importante que o futuro profissional tenha afinidade com temas próprios da carreira, física, química, matemática. Mas, mesmo que você tenha passado pelo Ensino Médio detestando alguma dessas disciplinas, não desista. "É um mito achar que só porque o aluno gosta de matemática vai ser bom engenheiro ou o contrário", avisa o coordenador da Unisinos. "Às vezes, o aluno não gosta da matemática porque não foi despertado convenientemente para ela. E um excelente engenheiro em potencial pode ser tolhido por este paradigma."
O que vem por aí - A geração de "engenheiros-administradores" nas empresas está só começando, aposta Ponte Júnior. "O engenheiro está ampliando seu leque de atuação. Não só as áreas industriais, mas também os setores de serviços e área financeira têm sinalizado para o engenheiro com boas perspectivas. Tudo pela capacidade que tem de modelar matematicamente os cenários e o seu raciocínio lógico", explica o professor.
Diferencial - É importante que o futuro engenheiro de produção seja dinâmico e goste de trabalhar em equipe. "O diferencial está no conhecimento e na qualificação técnica", lembra Ponte Júnior, portanto, se dedique aos livros. "Além disso, bons conhecimentos de português e idiomas adicionais são fundamentais."
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