sexta-feira, 25 de junho de 2010

Medicina Veterinária


A Medicina Veterinária não se restringe mais ao exclusivo cuidado dos animais. O profissional dessa área tem encarado cada vez mais desafios. Por um lado, ele é requisitado por setores de saúde pública para atestar a qualidade e a segurança de alimentos, principalmente em abatedouros e frigoríficos. Por outro, com o aumento do custo das terras, a produção animal passa pelo desafio de aumentar a produção de carne, leite e derivados no mesmo espaço, exige-se que o veterinário seja capaz de manipular avançadas biotécnicas de reprodução.O Brasil é hoje um dos líderes mun­diais na exportação de carne bovina, além de abrigar o maior rebanho comer­cial do planeta. Isso só pode se manter com um elevado grau de sanidade dos rebanhos, e é nesse ponto que o médico veterinário é chamado a exercer a sua atividade. De fato, com o aumento das exportações, o País precisa tomar todos os cuidados possíveis para não ter que enfrentar em seu território males como o da vaca louca, a febre aftosa e a gripe aviária. Este profissional pode atuar em fiscalizações na área de produção e saúde animal, sendo seu trabalho importante para o desenvolvimento regional.Fora do agronegócio, o médico veterinário experimenta um momento privilegiado com o mercado de animais de companhia; eles nunca foram tão bem tratados. As opções são diversas para alimentá-los, vesti-los e embelezá-los. O médico veterinário tem ampla atuação nesse setor, inclusive no desenvolvimento de novos produtos.O veterinário pode trabalhar na área clínica e na pesquisa, ou atuar em setores de vendas e de marketing. Tem ainda um papel fundamental no controle de zoonoses como a raiva, a brucelose e a leishmaniose, e cada vez cresce mais a sua importância como um agente de conservação ambiental. Há muitas faculdades novas de medicina veterinária, por isso, formar-se em instituições de reconhecida competência é seguramente um diferencial para ingressar com mais facilidade no mercado de trabalho.Os profissionais da área concordam que o mercado é hoje bastante concorrido. Alguns alunos, por isso, têm optado pela residência ou pós-graduação como forma de se diferenciarem. No entanto, um perfil muito especializado pode restringir outras possibilidades de emprego.O médico veterinário, assim como outros profissionais que trabalham na produção de alimentos, tem ainda um outro grande desafio: o da sustentabilidade ambiental da produção animal. Será cada vez maior a necessidade de novas técnicas de gerenciamento de resíduos, fezes e de reaproveitamento da água empregada na produção. Esse novo nicho de trabalho será ocupado por equipes multi­pro­fis­sio­nais, que precisarão da presença do médico veterinário.
Só amar os bichinhos não basta. O médico veterinário tem de ter vocação para a área da saúde e sangue frio para ministrar cuidados, que vão desde aplicar uma simples injeção até sacrificar um animal doente. O profissional não só é responsável pelos cuidados com os bichinhos, como também responde por inspeções e fiscalizações sanitárias, além de medidas de saúde pública em relação a zoonoses, doenças que atingem tanto seres humanos quanto animais.

Mercado - O veterinário é único habilitado a cuidar da saúde dos animais em todas as suas modalidades, o que abre uma inifinidade de áreas de atuação. O médico veterinário Diego Severo, que trabalha nos Laboratórios Vencofarma do Brasil, no Estado de Goiás, considera, entretanto, que o mercado encontra-se saturado nos grandes centros do País. Já no Interior do Brasil, o cenário é bem diferente. "Há um aumento de demanda por profissionais no Interior, em função da boa fase que o Brasil vive na área de produção de alimentos", avalia.
O professor do curso mantido pela Universidade da Região da Campanha (Urcamp/RS) Roberto Baltodano explica que o fato de o Brasil possuir o maior rebanho comercial bovino do mundo oportuniza ao acadêmico buscar especialização em determinadas regiões do País onde a pecuária é uma das principais cadeias produtivas, como é o caso de Alegrete, cidade onde se localiza o Campus da Urcamp, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul.
Segundo Roberto Baltodano, o mercado de trabalho para os médicos veterinários nunca esteve tão promissor no Brasil. Isso se observa tanto na iniciativa privada como no serviço público. "Aumentou o número de concursos na área da saúde pública, principalmente nas prefeituras, pela necessidade de fiscalização sanitária", revela. No setor de animais de estimação o crescimento também é significativo, assim como na bovinocultura de leite, suinocultura e avicultura.
As universidades e órgãos federais e estaduais também são uma boa opção, em função da ampliação no campo da pesquisa. "O perfil desejado dos profissionais é o que busca constantemente o aprendizado e o aperfeiçoamento por meio de diversas alternativas, como MBAs, pós-graduações e cursos", afirma Diego Severo.
É pra você? - Como os estudantes de medicina, o futuro veterinário deve estudar bastante, já que o curso, de cinco anos, é bem complexo. Depois de formado, o profissional da veterinária deve ter disponibilidade de residir e trabalhar no Interior, principalmente em função das oportunidades do setor de pecuária e de alimentos.
O que vem por aí - Para o professor Roberto Baltodano, a biotecnologia deve ganhar mercado, principalmente, nas novas alternativas de criação que respeitem o bem-estar animal. Hoje, técnicas modernas utilizadas na linha humana já são aplicadas na área veterinária, como a T.E. (transferência de embriões), a F.I.V. (fertilização in vitro), a clonagem e pesquisas com células-tronco. Já Diego Severo avalia que o profissional do futuro terá atuação em áreas menos convencionais da Medicina Veterinária, como a homeopatia e a área ambiental.
Diferencial - O aluno deve estudar desde o começo da faculdade. Além disso, é importante buscar um foco, já que a profissão é multi-segmentada. O estágio é obrigatório.

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