quinta-feira, 24 de junho de 2010

Direito

Um dos mais tradicionais cursos de graduação do País ainda permanece no topo das preferências dos estudantes que completam o Ensino Médio. Porém, esqueça a aura de caretice do curso: o Direito está mais atual do que nunca, de olho nas mudanças que interferem diretamente na vida das pessoas e das empresas. Afinal, qual advogado imaginaria atuar em causas como a liberação das pesquisas com células-tronco há alguns anos?
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro (OAB-Rio), Wadih Damous Filho, comenta que, de mãos dadas com as áreas mais conhecidas do Direito, civil, do trabalho e penal, estão novidades como telecomunicações, bioética, informática e internet. "Estas novas áreas estão se afirmando e ampliando o mercado de trabalho", comemora.
Mas se prepare para estudar muito, e não só durante os cinco anos de duração do curso, que inclui em seu currículo básico disciplinas como Direito Constitucional, do Trabalho, Civil e Penal. "O Direito está em constante mutação. Leis novas sempre vêm. Formas diferentes de interpretação sempre aparecem. Entendimentos de juristas e magistrados sempre mudam", ensina o advogado Leandro Ricci, formado há dez anos pela Universidade Mackenzie, em São Paulo.

Mercado - O bacharel em Direito pode exercer a profissão como advogado, em diversas áreas de atuação, como civil, penal ou do trabalho. Para esta função, há piso médio de R$ 1.500 em São Paulo e R$ 1.000 no Rio de Janeiro. O cargo de promotor, no Ministério Público, também é uma possibilidade, iniciando ações ou atuando como fiscal em ações ajuizadas por outras pessoas. Outra função exclusiva dos bacharéis em Direito é a atuação como magistrado (juiz). Para estas últimas, é necessário prestar concurso público.
Seja qual for a escolha, o presidente da OAB do Rio aconselha a especialização em uma área. "Não há espaço no mercado de trabalho para os generalistas. Deve-se buscar - embora seja importante reter conceitos jurídicos básicos de outras esferas - a especialização", garante.
A prova da OAB, que concede o direito de o bacharel exercer a função de advogado, é um dos grandes entraves de quem é recém-formado, já que é proibido trabalhar na função sem o registro na Ordem dos Advogados do Brasil. O segredo é estudar bastante durante a graduação, diz Wadih Damous Filho, presidente da OAB-Rio. "Decorar algumas noções e memorizar alguns artigos de lei podem até trazer o diploma, mas esses bacharéis não conseguirão depois ultrapassar o exame de ordem", afirma. "Descobrirão que lhes falta a prática do raciocínio jurídico e que não têm uma boa formação acadêmica."

É pra você? - Um dos professores do advogado Leandro Ricci deu uma dica que, à primeira vista, parece descolada do aprendizado do Direito. "Um conselho de um grande professor que tive foi de ler muito, ler sempre. Mas não só livros técnicos: ler poemas, romances, filosofia, história", lembra. O futuro bacharel em Direito deve ter muita força de vontade, além de disciplina, disposição para estudar e uma boa cultura geral.

O que vem por aí? - Para o presidente da OAB do Rio de Janeiro, uma das principais tendências no mercado de trabalho é o fim dos escritórios unipessoais ou com dois ou três sócios. "As grandes bancas de advocacia começam a abocanhar mercado, porque oferecem quase todas as especialidades", explica. Leandro Ricci lembra também das novas áreas de atuação do advogado, como o Direito Ambiental e o nascimento do chamado Biodireito, que cuida de biossegurança, dos avanços da genética e afins. "Uma tendência é o aumento do número de profissionais na área de fusões e aquisições, dentro do Direito empresarial", lembra.

Diferencial - Estudar bastante e ter o domínio de línguas estrangeiras são requisitos básicos. Leandro Ricci aconselha ainda a complementar o curso com estágios, que podem ser feitos já no segundo ano. "Existem áreas que só se aprende na prática, já que as faculdades ainda não ensinam a teoria", comenta

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