sexta-feira, 25 de junho de 2010

Medicina


O ensino médico no Brasil vem passando nos últimos anos por um processo de mudança para que possa formar um profissional cada vez mais crítico, criativo, ético, atualizado e com compromisso com a cidadania. As instituições buscam um ensino que valorize a equidade e a qualidade da assistência, a eficiência e a relevância do trabalho em saúde.As mudanças têm como objetivo formar médicos responsáveis, com curiosidade científica e inclinados a participar ativamente de atividades de melhoria da saúde pública, como o fortalecimento do SUS (Sistema Único de Saúde). O objetivo é recuperar a dimensão essencial da profissão – a relação entre os seres humanos.A base do ensino médico é, geralmente, voltada aos avanços das novas e diversificadas tecnologias de diagnóstico e tratamento de enfermidades. Doenças que há pouco tempo eram fatais, hoje são consideradas e tratadas como doenças crônicas, aumentando a expectativa de vida em muitos anos.Um dos objetivos da reformulação dos cursos é rever criticamente o modelo centrado no hospital e no ensino das doen­ças de maior complexidade. Tendo isso em vista, a Faculdade de Medicina da UNESP, câmpus de Botucatu, propôs-se trilhar o caminho da diversificação de cenários, abrindo-se para uma formação focada na atenção primária e secundária, além de manter atividades de atenção terciária em seu Hospital de Clínicas.O objetivo é formar um profissional cujas atribuições são as de atender à grande maioria da população de uma comunidade, independentemente de sexo e idade, com ênfase nos problemas de saúde mais prevalentes na população, com ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação à saúde.O médico atua predominantemente em instituições públicas do SUS, mas também pode atuar em consultório particular, em convênios e cooperativas médicas ou dedicar-se à docência e à pesquisa. O trabalho no pronto-socorro, atendendo urgências e emergências, costuma marcar os primeiros anos da carreira, por isso as atividades nessas áreas têm sido valorizadas nas disciplinas ministradas no regime de internato do curso de graduação.
Quem escolhe a Medicina, já sabe: vai ter que estudar, e muito, para passar no vestibular. Depois, vai ter de estudar um pouco mais durante os - no mínimo - seis anos do curso. E, quando finalmente vier a formatura, mais estudo: vem a escolha pela especialização (que pode ir desde pediatria à neurocirurgia), além da necessidade de atualização constante.
Tanto esforço é recompensado já no começo, garante Gláucia Costa, supervisora da Catho. O salário inicial é bem mais alto que a média de outras profissões: fica entre R$ 6.000 e R$ 9.000. Mas é preciso, além de muita dedicação, vocação. "O médico não é infalível, portanto precisa ser humilde, atento, humano e entender suas próprias limitações", ensina o pediatra Clóvis Constantino, diretor do Conselho Federal de Medicina.
Mercado - Os médicos podem atuar hospitais públicos e privados, clínicas de saúde, empresas privadas, médico autônomo, pesquisa acadêmica e outras atividades ligadas às áreas de saúde, nas mais diversas especializações. Constantino explica que há áreas, como clínica médica, pediatria, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia que, embora não estejam ainda saturadas, são desvalorizadas financeiramente.
Para o recém-formado que resolve abrir um consultório, o principal entrave é formar uma clientela. "Neste caso, é necessário que o profissional tenha um capital para investimento em clínica própria", diz Gláucia. Quem tem um bom currículo, pode investir em uma vaga em hospitais ou clínicas.
É pra você? - Para ser médico, é imprescindível ter gosto pelo cuidado do outro, além de uma grande habilidade em atuar em ambientes diversos e com diferentes realidades. Além disso, é necessário buscar a atualização constante para manter-se ativo na área. "O conhecimento dobra a cada três anos", estima Constantino.

O que vem por aí - Ética e bioética são a bola da vez para os médicos e futuros profissionais. Além disso, a pesquisa na área e a medicina do trabalho também são boas apostas da consultora da Catho. No serviço público, as contratações de médicos para os programas de saúde familiar das prefeituras vêm movimentado o mercado.

Diferencial - Estudar, estudar e estudar será o mantra do aluno que quer se diferenciar já na faculdade. Mas não é só isso: a importância da relação médico-paciente já deve ser uma prioridade. "Ele deve perceber o real objetivo de seu futuro trabalho, que é o bem-estar das pessoas no que diz respeito à sua saúde, tanto do ponto de vista diagnóstico quanto preventivo e também terapêutico", diz Gláucia. Constantino, do Conselho Federal de Medicina, concorda. "Hoje, o conhecimento é difundido, o que vai diferenciar um médico do outro será seu ângulo que prioriza a relação médico-paciente."

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