sexta-feira, 25 de junho de 2010

Hotelaria

Dedicação, boa vontade, paciência. Horas sem sono e clientes, muitas vezes, insatisfeitos e, como manda a máxima do mercado, que sempre têm razão. Essas e outras características fazem parte do dia-a-dia da Hotelaria, ramo de atuação que tem atraído cada vez mais jovens. A rotina destes profissionais exige horários aleatórios: enquanto o hóspede dorme, os envolvidos na operações de um hotel permanecem alertas. Quando amanhece o dia, a troca de turnos garante o funcionamento do empreendimento 24 horas. Rodrigo Badim, gerente de recepção do Hotel Sofitel, no Rio de Janeiro, fez o curso superior na Universidade Estácio de Sá, como forma de pleitear promoção para um cargo de chefia. "A faculdade foi essencial para atingir meus objetivos. Mesmo já atuando na área há mais tempo, a formação mais direcionada foi determinante", explica.
Entre as disciplinas, o currículo do curso de Hotelaria inclui gerenciamento de alimentos e bebidas, gestão de qualidade em hotéis, marketing, gestão empresarial, liderança e princípios de turismo e viagens, entre outros.

Mercado - Como o nome já diz, o profissional de hotelaria tem um amplo mercado em hotéis, pousadas, flats, apart-hotel e demais estabelecimentos de hospedagem, assim como atividades que funcionam conjuntamente aos empreendimentos, como parques temáticos, centros de eventos e áreas de lazer. Os salários iniciais variam conforme as posições dentro de um hotel. Profissionais de recepção, por exemplo, têm salário médio de R$ 1.200, enquanto cargos mais executivos, como gerentes, têm média de R$ 5.000.
A coordenadora do curso paulista de Hotelaria da Universidade Anhembi Morumbi, Thaís Funcia, explica que o mercado de trabalho do Brasil está em desenvolvimento. "A partir do momento em que a área de hospitalidade é reconhecida como de relevância econômica, o mercado surge", afirma. É o que está acontecendo no País, segundo ela. O crescimento do mercado coincide com a chegada à fase adulta das pessoas da Geração Y, como são conhecidos os nascidos nos anos 80. "Eles já chegam na faculdade com uma forte cultura tecnológica, oriunda de um grande desenvolvimento econômico mundial. São ansiosos e têm forte auto-confiança. Não querem trabalhar como subalternos, e sim, em cargos de chefia. Isso trabalhamos também na faculdade", explica Thaís. Neste ponto, são desenvolvidas competências de relacionamento interpessoal como postura e hierarquia.

É pra você? - Uma característica básica é saber lidar com o público. "Empatia pelo cliente, entendendo suas necessidades, é fundamental", destaca Badim, gerente de recepção do Hotel Sofitel. Quanto a idiomas estrangeiros, o mínimo é o domínio do inglês. Quanto mais línguas souber, melhor. Badim é fluente em francês, inglês e espanhol. "Lidamos com um público diversificado neste ramo, é preciso entender a todos", salienta. Também é necessário abdicar do tempo livre. O gerente do Sofitel ilustra com um caso emblemático: em plena virada de ano, levou um hóspede para atendimento no hospital enquanto a esposa comemorava o Ano Novo na praia, no Rio de Janeiro. "Situações assim acontecem, então a família e os amigos acabam entendendo", explica.

O que vem por aí - Uma frente de atuação muito promissora é a Hotelaria Hospitalar. Instituições renomadas como o Albert Einstein e o Sírio Libanês, ambos em São Paulo, já utilizam os serviços profissionais de hotelaria nas áreas de internação dos pacientes. "O paciente busca um corpo clínico de qualidade juntamente com serviços de hotelaria. Existe música ambiente e cardápio elaborado por nutricionista, entre outros pontos. É um ambiente menos duro", destaca Thaís Funcia, coordenadora de hotelaria da Universidade Anhembi Morumbi. Os serviços também envolvem profissionais da área de enfermagem dos hospitais, com o objetivo de inserir a cultura da hospitalidade entre os colaboradores dos estabelecimentos.

Diferencial - Thaís, da Anhembi Morumbi, ressalta a aptidão para trabalhar com pessoas. "O profissional precisa, constantemente, lembrar que o relacionamento humano é importante, que isso está incluído nos serviços", avalia. Sobre a disponibilidade de tempo, ela concorda com a opinião de Badim: o egresso da faculdade vai trabalhar praticamente todos os dias da semana. ¿Em um momento a gente cansa, claro. Mas eu sempre brinco com os alunos: o melhor Ano Novo que passei foi trabalhando em hotel".

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