sexta-feira, 25 de junho de 2010

Gestão ambiental

Uma mistura de biologia, ecologia, marketing e finanças, áreas aparentemente inconciliáveis, é a base do curso de Gestão Ambiental. "Formamos executivos da área ambiental, que sejam capazes de criar uma sintonia entre os interesses da organização e as necessidades da natureza", resume o coordenador do curso da Universidade de São Paulo (USP), Antônio Almeida.
A área, que costumava ser restrita às pós-graduações, ainda é recente como curso superior. A graduação da USP, que tem duração de oito semestres, é a mais antiga do País, mas surgiu somente em 2002. Por ser tão recente, o profissional ainda não tem forte presença nas organizações. "Falta regulamentação e a profissão se confunde com a de engenheiro agrônomo ou biólogo, que têm formação técnica, mas não têm o preparo para ser gestor", lamenta Almeida.
A boa notícia é que a profissão de gestor ambiental começa a ganhar força com a crescente preocupação das empresas com a responsabilidade ambiental e com a produção sustentável. Para o coordenador do curso da USP, a carreira tem tudo para emplacar. "Os 70 gestores que já formamos não têm queixas do mercado de trabalho. E mesmo os alunos encontram estágios com facilidade", comenta.

Mercado - O gestor ambiental trabalha conciliando interesses das organizações, da sociedade e do meio ambiente. Por isso, sua área de atuação é ampla, avalia Antônio Almeida. O gestor ambiental pode trabalhar em indústrias das mais variadas áreas, em todas as esferas de governo e em Organizações Não-Governamentais (ONGs). Os empreendedores podem ainda criar empresas de consultoria na área. A área acadêmica também é uma opção. A profissão não é regulamentada, portanto não há piso salarial. Os profissionais que ingressam no mercado de trabalho ganham, em média, entre R$ 2.000 e R$ 4.000, calcula o professor da USP.
Entre as principais dificuldades encontradas, está o fato de que o curso não tem tradição e requer conhecimentos em áreas muito diferentes, como biologia e finanças. Outro entrave é a baixa oferta de graduações na área pelo País.

É pra você? - A Gestão Ambiental requer um profissional com espírito pioneiro, já que as empresas recém começam a perceber a importância da área. O gestor ambiental deve ainda ser criativo, dinâmico e com jogo de cintura para conciliar as expectativas das organizações com o meio ambiente. "Um espírito de quem quer mudar as coisas também é importante", ressalta Antônio Almeida.

O que vem por aí - O meio ambiente e sustentabilidade dos negócios em um ambiente econômico favorável tornam a área promissora. As grandes obras de infra-estrutura e de extração de recursos minerais, além do agronegócio, exigem estudos de impacto ambiental, que podem ser coordenados pelo profissional de Gestão Ambiental. "E hoje estas vagas estão ocupadas por pessoas que detêm o conhecimento técnico, mas que não possuem conhecimentos gerenciais", avalia Almeida.

Diferencial - O curso reúne disciplinas tão diferentes quanto administração financeira e estudo de bacias geográficas. Portanto, é bom estar preparado: é preciso estudar muito e se dedicar. Além disso, cursos complementares, participação em palestras e seminários e estágios na área podem garantir ao futuro gestor uma carreira promissora.

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