sexta-feira, 25 de junho de 2010

Museologia

Locais de preservação da história e da cultura de uma comunidade, de uma cidade ou mesmo de um país, os museus também são ambiente de trabalho de muita gente. A profissão de museólogo teve início no Brasil com a criação de um Curso de Museus, no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, em 1932. Atualmente, são sete cursos de ensino superior em diferentes regiões brasileiras.
Inserido na área de humanidades, os cursos de museologia geralmente começam com disciplinas mais gerais, como antropologia, filosofia e sociologia. Do meio para o final, os alunos têm contato com cadeiras específicas, ligadas à formação profissional, como documentação, preservação e comunicação. No mercado, há espaço para museólogos também fora dos museus, em outras atividades ligadas ao patrimônio - como centros de pesquisa e documentação, sítios arqueológicos, arquivos, galerias de arte, entre outros.

Mercado - O universo de trabalho técnico do museólogo corresponde às funções básicas dos museus: aquisição, documentação, pesquisa, conservação, comunicação e exposição de bens culturais. Mas o museólogo não atua apenas nos museus convencionais, explica Ivan Coelho de Sá, diretor da Escola de Museologia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. "A noção de bem cultural é bem mais ampla do que pode parecer, uma vez que a museologia sintoniza-se com um conceito bem maior, o de patrimônio integral, cultural e natural", afirma o professor.
O mercado, de acordo com Coelho de Sá, oferece amplas possibilidades de atuação: museus de história e arte, museus arqueológicos e etnográficos, museus de ciências e de tecnologias, ecomuseus e museus comunitários, museus universitários, museus militares, fundações culturais, programas de memória e patrimônio, centros de pesquisa e documentação, centros de conservação e restauração, sítios arqueológicos e históricos, cidades-monumento, planetários, secretarias e outros órgãos públicos de cultura e patrimônio, arquivos e bibliotecas, antiquários e galerias de arte, teatros e redes de televisão, coleções públicas e particulares.

É pra você? - Além do gosto por questões históricas e de preservação do patrimônio, o museólogo deve ser um profissional capaz de dominar os conteúdos do campo da museologia, compreendendo-os como diferentes formas, sistemas de pensamento e códigos sociais, conforme Coelho de Sá. "O museólogo deve estar apto para traduzir as necessidades de indivíduos e comunidades, formulando e executando políticas institucionais" afirma.

O que vem por aí - Para o diretor, o mercado tem se expandido consideravelmente graças ao desenvolvimento de uma política do Ministério da Cultura voltada especificamente para a consolidação dos museus. "Exemplo disso é a criação do Sistema Nacional de Museus, promovida pelo Departamento de Museus e Centros Culturais", afirma. Uma área em expansão, segundo ele, é a dos ecomuseus e dos museus comunitários, nos quais a comunidade tem participação ativa.
"Na área técnica, praticamente todas as atividades acompanham esta valorização, sobretudo no que se refere a elaboração de planos museológicos, organização de museus, documentação, informatização e conservação, inclusive metodologias de reserva técnica e de acondicionamento de acervo", detalha. Na área privada, o fenômeno se reflete na criação de empresas que trabalham especificamente com bens culturais, principalmente obras de arte, com a montagem de exposições, organização de reservas técnicas e transporte de acervos.

Diferencial - Para ingressar e competir no mercado de trabalho, o graduando deve investir na formação teórica e prática. Conforme Coelho de Sá, o estudante deve ter uma atuação acadêmica bastante participativa, vinculando-se a projetos institucionais, inclusive projetos de pesquisa. Também é importante estagiar em museus, investindo em atividades ligadas à prática.

Nenhum comentário:

Postar um comentário