quinta-feira, 24 de junho de 2010

Engenharia de Alimentos


O crescimento populacional e a gradativa concentração em centros urbanos trouxeram dificuldades de abastecimento de alimentos, tanto na escala da produção, como da distribuição. Aliados às diferenças socioculturais e econômicas entre as diversas regiões, esses problemas representam o desafio que é produzir alimentos saudáveis, acessíveis e em quantidade suficiente para suprir as demandas da sociedade.Considerando ainda a vocação agroindustrial do Brasil, é preciso racionalizar a produção e aumentar a vida útil dos alimentos, com qualidade e preço competitivos, o que somente pode ser alcançado mediante o uso intensivo de tecnologia. Essa demanda abre inúmeras possibilidades de atuação do engenheiro de alimentos.Este profissional deve dominar a tecnologia de processamento e conservação dos alimentos, desde a seleção da matéria-prima até as fases de produção, transformação, preservação, acondicionamento e distribuição.O Brasil caminha na direção da modernização, buscando adaptar-se a um mercado internacional cada vez mais competitivo e em resposta às demandas crescentes de consumidores cada vez mais conscientes, atentos e exigentes quanto ao alimento que ingerem. Nesse cenário desafiador é fundamental a formação de profissionais completos, com fortes características para gerenciamento, que tenham domínio da complexida-de as­so­ciada ao aproveitamento integral dos alimentos.Esse engenheiro pode atuar nas diversas frentes da industrialização dos alimentos, dirigindo a instalação, a operação e o controle da indústria ou desenvolvendo e implantando sistemas e programas de qualidade, visando a racionalização e a melhoria de processos e fluxos produtivos para incremento da qualidade e produtividade, para redução de custos e para garantia da qualidade dos produtos.Seu campo de atuação inclui ainda as áreas de vendas e assistência técnica de insumos, equipamentos e embalagens, consultoria, certificação e auditoria e órgãos governamentais de normatização técnica, orientação e fiscalização.

Quando você pega uma lasanha congelada no supermercado, pode imaginar que, por trás daquela caixinha, há alguém que preparou a comida, outro responsável pela embalagem e mais um que entregou o produto na loja. Mas sabia que, além dessa turma, há um engenheiro? Pois quem garante a qualidade dos produtos industrializados que comemos desde a sua origem até a prateleira do supermercado é o engenheiro de alimentos. "A Engenharia de Alimentos atua no processamento de alimentos, no desenvolvimento de novos produtos, tendo envolvimento em toda a cadeia produtiva até a comercialização final", explica a coordenadora executiva do curso de Engenharia de Alimentos da Universidade do Vale do Sinos (Unisinos), Janice da Silva.


Mercado - O engenheiro de alimentos tem um grande mercado de trabalho, já que, cada vez mais, as pessoas optam por alimentos processados. O profissional encontra vagas em indústrias de produtos alimentícios, de insumos para a industria alimentícia (matérias-primas, equipamentos, embalagens, aditivos), empresas de serviços como consultorias e laboratórios, órgãos de fiscalização, instituições públicas e universidades.
Os recém-formados, conforme Janice, têm um salário médio inicial de R$ 2,7 mil.


É pra você? - Quem é fera em química e biologia pode incluir a Engenharia de Alimentos entre as suas opções para o vestibular. "Se você gosta de química, alimentos, biologia, atividades experimentais em laboratório e temas ligados à sustentabilidade, a Engenharia de Alimentos pode ser uma ótima opção", diz Janice, da Unisinos.


O que vem por aí - A professora Janice comenta que, além de bons técnicos, os engenheiros de alimentos precisam ser criativos para desenvolver novos produtos. "Além da competência técnica, é preciso que os profissionais sejam capazes de aprender continuamente, sejam criativos, abertos para a inovação e tenham disposição para a cooperação", comenta. "Neste contexto a área de Biotecnologia desponta, onde os novos produtos vão além do campo da alimentação, os bioprodutos, envolvendo as diferentes biomassas como fonte de matérias-primas", completa a professora. Outra área promissora é o segmento de embalagens ativas e embalagens inteligentes, que conservam os alimentos.


Diferencial - Saber atuar em equipes multidisciplinares e espírito empreendedor são características importantes no perfil profissional. Além disso, é importante falar inglês. "Não menos importante é a leitura de qualidade, isto é, ler bastante, estar atento aos acontecimentos nacionais e internacionais", explica Janice. Ela indica ainda que o estudante participe de eventos, palestras, cursos de extensão, realização de atividades de iniciação científica, concursos, projetos sociais, etc. "Tudo que venha a agregar numa formação integral", finaliza.

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