sexta-feira, 25 de junho de 2010

História

A História não é uma lista inerte de datas ou a crônica edulcorada dos feitos de grandes personalidades e acontecimentos do passado, como muitas vezes o senso comum pode levar a crer. A visão moderna da História é a de uma área do conhecimento muito dinâmica e fortemente lastreada em procedimentos sistematizados, que contribuem para a compreensão das experiências dos grupamentos humanos, no tempo e no espaço.O campo do conhecimento histórico abrange uma gama extremamente variada de aspectos da vida humana e das sociedades e suas esferas de convivência no passado e também do presente. Relaciona-se com a economia, as relações de poder, os conflitos sociais, as crenças religiosas, as relações familiares, as manifestações da cultura, o cotidiano das elites e das pessoas comuns. Como dizia o historiador francês Lucien Febvre (1878-1956), que idealizou uma revista de história no período entre as duas guerras mundiais: “Jovens historiadores, vivei o vosso tempo, vivei intensamente o vosso tempo!”.O candidato que seguir essa carreira deve, portanto, ser um curioso contumaz. Em primeiro lugar, deve gostar de ler, e não apenas sobre a história. Deve, ainda, manter sempre uma postura crítica diante da vida social e cultural, da política, da economia, das artes e da ciência. A pessoa precisa ser intelectualmente inquieta, mas com uma formação básica capaz de possibilitar um direcionamento intelectual para esse movimento interior. O domínio de pelo menos uma língua estrangeira é muito desejável.Quem se enquadrar nesse perfil e estiver bem preparado tem grandes chances de se colocar rapidamente no mercado de trabalho, cuja principal atividade centra-se nas atividades de docência, primeiro no ensino fundamental e médio e depois, conforme se avança nos estudos de pós-graduação, abrem-se possibilidades de atuação no ensino superior e no campo da produção historiográfica.A especialização dependerá das inclinações do historiador. Ele pode se dedicar, por exemplo, aos vários períodos da História do Brasil ou da América. Existem, ainda, estudos de temáticas específicas, como História da Cultura, História Econômica, História Diplomática e História da Educação, entre outras.Para aumentar as chances de emprego, o candidato deve prosseguir seus estudos na pós-graduação – especialização, mestrado e doutorado. Têm crescido significativamente as oportunidades de especialização na área de História, e o historiador pode, além de ser professor, dedicar-se à organização e manutenção de arquivos, públicos ou privados, e trabalhar em museus, revistas, jornais, entre outros.

Comprometido com a memória, o profissional da história é um pesquisador que desvenda e traz à tona vozes de pessoas que viveram no passado e deixaram suas marcas em textos, documentos, utensílios ou mesmo relatos passados de geração em geração.
Mais do que contar essas histórias, é fundamental saber como contá-las. "Ser historiador significa ser produtor de conhecimento. E ele tem de saber onde pesquisar os elementos para produzir esse conhecimento", diz Sílvia Petersen, professora do curso de História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Conforme Sílvia, as áreas de atuação dos historiadores no Brasil se ampliaram nos últimos anos. Além de espaço para professores da disciplina, há um mercado para atuação em instituições como museus, bibliotecas e arquivos históricos. Nas universidades, o curso de História é oferecido como licenciatura ou bacharelado.

Mercado - Licenciados podem trabalhar como professores nos ensinos Fundamental e Médio de escolas públicas ou particulares, além de cursinhos pré-vestibular e aulas particulares. Bacharéis atuam com pesquisa nas áreas de museologia, arqueologia, entre outras, e em instituições como universidades, arquivos históricos, bibliotecas e galerias de arte. Para licenciados, a remuneração segue a dos professores. Nas demais funções, não há piso salarial.

É para você? - Gostar de ler é pré-requisito número um para ser um bom historiador. Desde os primeiros semestres, a carga de leitura das disciplinas é grande, especialmente de textos teóricos. "Nosso material de trabalho sempre envolve leitura, de uma maneira ampla. Tanto a leitura de texto escrito, quanto a de uma fotografia ou de um resto material. O historiador não pode dispensar uma leitura crítica", afirma Sílvia.

O que vem por aí - Projetos voltados para preservação do patrimônio histórico têm ganhado força no país. O planejamento de turismo também abre campo de trabalho. Conforme a professora da UFRGS, não param de surgir novas oportunidades para historiadores. "Eu sempre digo para meus alunos que o historiador nunca ficará sem trabalho, porque a História faz parte da própria constituição da identidade do ser humano", diz.

Diferencial - Além de ler de maneira crítica, Sílvia acredita que o bom historiador deve saber pesquisar. "Para ser um historiador e poder se colocar frente ao conhecimento que vai produzir ou ensinar, é necessário saber quais são as regras da sua disciplina de trabalho. É muito fácil simplesmente reproduzir o visível, e isso qualquer um pode fazer. Ser historiador não é apenas contar história, mas dominar os instrumentos da sua disciplina", ressalta a professora. Ao longo da faculdade, é importante participar de palestras, seminários e congressos da área. Alunos de licenciatura geralmente têm o estágio como disciplina obrigatória. Bacharéis podem se dedicar a projetos de pesquisa.

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