sexta-feira, 25 de junho de 2010

Gastronomia

Temperos, panelas, receitas, concentração. O domínio destes itens, entre outros, é essencial para o profissional formado em gastronomia. A profissão é relativamente nova no Brasil, com o primeiro curso instalado em 1994, em São Paulo. Com o fortalecimento das atividades de turismo, abriu-se um nicho de mercado em forte expansão. "Os egressos dispõem de um mercado que oferece remuneração diferenciada, seja em hotelaria, seja em restaurantes independentes", destaca o coordenador de curso de Gastronomia da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) Rodolfo Krause.

Mercado - Um dos elementos que têm ajudado, segundo ele, é o mercado de refeições fora de casa. Um número cada vez maior de brasileiros almoça em restaurantes, assim como opta por sair para jantar ao longo da semana. O perfil dos interessados mudou ao longo do tempo. Krause afirma que, logo que os cursos surgiram, a procura era, principalmente, por pessoas de mais idade que tinham na Gastronomia um hobby. "Hoje é um público muito jovem, tanto homens quanto mulheres, que buscam uma formação profissional diferenciada. O mercado é exigente", diz.
A remuneração é atrativa. Os recém-formados em Gastronomia têm média salarial entre R$ 1.200 e R$ 1.500, conforme o coordenador da Univali. Para cozinheiros mais experientes, a remuneração pode variar entre R$ 4.000 e R$ 5.000. Profissionais já renomados no mercado podem atingir ganhos mensais acima de R$ 10.000.

É pra você? - Para os interessados, professores recomendam algumas aptidões. É indicado conhecer um pouco do setor gastronômico brasileiro e mundial, assim como ter uma visão geral da estrutura de uma cozinha, incluindo confeitaria, padaria e gestão. Saber sobre o mercado de vinhos é um diferencial. Na área de gestão, relacionamento interpessoal afinado é importante, pois vai lidar com garçons, recepcionistas, clientes, atendentes etc.

O que vem por aí? - Além das oportunidades tradicionais de atuação, novos ramos estão surgindo. Um deles é a consultoria gastronômica, na qual o profissional é contratado para modificar cardápios de restaurantes, treinar funcionários e prestar assessoria técnica ao empreendimento. Também em ambientes hospitalares se abre uma nova frente de atuação. Os cuidados na recuperação de um paciente são melhor obtidos com um cardápio específico. Outro novo perfil é o do personal chef, contratado para ir à residência do cliente e criar um jantar privado, por exemplo, ficando responsável pelas compras e preparo dos pratos.

Diferencial - Experiência na área e a realização de estágios durante o curso são fundamentais, afirma Krause. Para se destacar ainda durante a faculdade, o professor recomenda a prática em restaurantes, como ajudante ou estagiário. "As melhores escolas do Brasil têm egressos atuando em ótimos restaurantes", comenta. A maioria das faculdades também disponibiliza convênios com redes hoteleiras, servindo como trampolim para acessar o mercado ainda durante a formação. "Anualmente, cerca de dez alunos nossos estagiam em restaurantes com duas ou três estrelas do Guia Michelin", completa o coordenador da Univali.
Rodrigo Senhen, aluno do curso de Gastronomia da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), no Rio Grande do Sul, já une os conhecimentos do curso com atividades práticas. Aos 20 anos, o jovem é auxiliar de padeiro, preparando pães e biscoitos em um estabelecimento da cidade, entre outros produtos. "O curso tem sido muito útil na área prática, mas os conhecimentos de gestão, que eu não tinha, são muito importantes", explica Senhen. Há três anos trabalhando no local, ele já traça planos: após a formatura, Senhen quer juntar capital para, futuramente, abrir seu próprio negócio: "será um restaurante ou uma padaria, como faço hoje, esta é a idéia", afirma o jovem.

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