sexta-feira, 25 de junho de 2010

Geografia

Se você tem na ponta da língua o nome das capitais de todos os Estados, certamente tem boa memória, mas pode não ter os requisitos para fazer faculdade de Geografia. "Normalmente, o geógrafo é associado àquele que sabe os nomes de todos os países, suas capitais ou os afluentes da margem esquerda do rio Amazonas", comenta o coordenador coordenador de graduação do curso Ciências da Terra ¿ Geografia e Geologia - da Unicamp, o geógrafo Francisco Ladeira. Segundo ele, esta idéia errada que se faz do curso vem do ensino básico de baixa qualidade e - surpresa - nem fazem parte do curso. "Rotineiramente os alunos se surpreendem com os conteúdos", diz.
Os cursos de Geografia tem uma grade curricular diversificada, com disciplinas de diferentes áreas. Assim, o aluno vai aprender desde topografia, que fala da área de acidentes geográficos, até disciplinas de ecologia e cultura. "Isso permite uma visão abrangente da realidade e de como o homem se relaciona com seu espaço, seja social, econômico ou físico", afirma o professor.

Mercado - Não falta trabalho para os geógrafos, afirma Ladeira, pelo menos no campo educacional. "Nesta área não há desemprego, já que existe uma falta de docentes de primeiro e segundo grau significativa no Brasil, superior a 20.000 professores de Geografia segundo dados do Ministério da Educação", conta. Para a turma que optou pela licenciatura, o salário, no ensino básico e médio no Estado de São Paulo, fica em torno de R$ 2.000 por mês. Quem opta pelo bacharelado, atua em áreas como planejamento urbano e territorial (em prefeituras e órgãos estaduais e federais), com Sistemas de Informação Geográfica (SIGs) em empresas e órgãos governamentais, planejamento ambiental, climatologia e turismo, enumera o coordenador da Unicamp. Para o bacharel, o piso segue o definido pelo Confea (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), ao qual os profissionais de Geografia estão vinculados, que é de 6 salários mínimos mensais para 6 horas de trabalho diárias.

É pra você? - Para ser um bom geógrafo, como já se viu, nada de decoreba. "É preciso ser capaz de trabalhar de forma interdisciplinar com diferentes profissionais", avisa o professor da Unicamp. Assim, quem tem interesses diversos dentro dos campos da Geografia, como meio ambiente, cultura, antropologia e uma pitada de história pode se aventurar na profissão.

O que vem por aí - O crescimento da área da construção civil e de infra-estrutura no País amplia a demanda por profissionais da Geografia, na análise de solos, por exemplo. A preocupação com a sustentabilidade nas empresas também é um prato cheio para o geógrafo, que também tem no currículo a capacidade de analisar e diagnosticar condições climáticas, físicas e demográficas. A partir daí, o profissional desenvolve e implanta programas de ocupação territorial minimizando os danos ambientais.

Diferencial - "Curse disciplinas em diferentes áreas, procurando se habituar a trabalhar com profissionais diferentes e faça iniciação científica, objetivando conhecer os procedimentos científicos", ensina Ladeira. Outra dica do professor da Unicamp é encarar diferentes estágios, em escolas, empresas e órgãos públicos. "Procure conhecer seu campo profissional na prática, já que muitas empresas exigem alguma experiência."

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