sexta-feira, 25 de junho de 2010

Relações Internacionais


Nas últimas décadas, os conflitos e crises internacionais, a ampliação do comércio e da comunicação entre países e os processos de integração regionais passaram a causar um impacto maior sobre o cotidiano das organizações e das pes­soas, revelando a importância das relações internacionais para a sociedade, os governos e as empresas.Diante deste quadro, a demanda pelo profissional da área cresce continuamente. Isso ocorre na esfera pública, mas principalmente na área privada e no chamado terceiro setor, com as organizações não-governamentais. As empresas e ONGs estão, cada vez mais, percebendo que ter um analista do cenário internacional em sua equipe é a melhor forma de complementar seus planejamentos e sua inserção no mundo. O mercado de trabalho está em expansão sobretudo devido às possibilidades abertas pela atual política externa do Brasil.Por isso, o graduado em Relações Internacionais deve ser preparado para trabalhar em instituições nacionais e internacionais, privadas e governamentais, em organizações internacionais, na mídia, em ONGs, empresas de consultoria, instituições financeiras e sindicatos, considerando-se inclusive um eventual ingresso na carreira diplomática. Existe ainda a perspectiva de seguir carreira acadêmica – alternativa que vem se consolidando com a ampliação dos programas de pós-gra­duação no País.Antes de ingressar na área, é essencial que o candidato saiba que o curso não forma diplomatas (um profissional do Estado) nem exportadores (profissão mais ligada ao Comércio Exterior). A área tem uma preocupação mais ampla e tem por objetivo as negociações em níveis supe­riores, como a formulação de políticas para as relações internacionais da empresa, da ONG ou do governo em questão.A graduação envolve o desenvolvimento de habilidades para analisar, atuar, coordenar, decidir, gerir e intervir no ambiente internacional, junto aos distintos organismos internacionais e nacionais. É fundamental, portanto, que o futuro profissional esteja atento às mudanças da política mundial e estude temas como direitos humanos, meio ambiente, tecnologia, narcotráfico, migrações e conflitos étnicos.

Você assiste aos telejornais não para saber como vai seu time, mas para acompanhar as eleições no Zimbábue? Se considera um cidadão do mundo, com gosto pela diplomacia? Então, o curso de relações internacionais pode ser uma boa pedida. O profissional da área é apto a "analisar a conjuntura histórica em que se está vivendo, as mudaças que ocorrem no sistema internacional, incluindo seu próprio país, quais as questões mais importantes e urgentes que os estados e suas sociedades estão vivendo", explica a professora do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio Sonia de Camargo.
As principais disciplinas do curso envolvem o estudo das Instituições Internacionais, Segurança e Defesa Internacionais, Política Externa, Integração Regional e Economia Política Internacional. Mas, se os temas das aulas são comuns a todos os cursos, a linha que cada um segue pode ser bem diferente. "Há cursos que são mais profissionalizantes, outros mais teóricos. É preciso avaliar qual a atividade que se quer exercer depois de formado", diz Sonia.
Mercado - As áreas de atuação do profissional são bem abrangentes. O bacharel pode atuar em atividades de ensino e pesquisa nas universidades e centros de pesquisa no âmbito acadêmico. No mercado de trabalho, o foco são as consultorias, assessorias em organizações e empresas públicas e privadas e escritórios de advocacia que trabalham em âmbito internacional. A profissão ainda não é regulamentada, portanto, não tem um piso. Mas o salário médio inicial fica em torno de R$ 1.500.
Conforme a professora da PUC-Rio, as dificuldades são as mesmas que as enfrentadas pelos demais iniciantes de qualquer profissão. "Encontrar espaço no mercado de trabalho ainda é complicado", comenta. Para ela, uma boa formação facilita a contratação.
É pra você? - O profissional da área deve ter um perfil curioso, empreendedor e com uma ampla visão de futuro. Depois de ingressar na faculdade, segundo Sonia, as características desejáveis dependem de que o candidato tenha clareza sobre o que realmente deseja fazer profissionalmente. "A partir desse ponto, ele deve ser capaz de aproveitar as oportunidades que se apresentam, que seja empreendedor e ativo em sua procura de trabalho e quando for nele incorporado", afirma.
O que vem por aí? - A globalização da economia, a inserção cada vez maior de empresas brasileiras no exterior e a divulgação do Brasil lá fora são movimentos em processo cada vez maior de expansão, o que aumenta a demanda por profissionais da área de Relações Internacionais. Conhecer bem a cultura e os costumes dos demais países dos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), que são a bola da vez no comércio internacional, pode ser um diferencial importante para o profissional da área.
Diferencial - Durante a faculdade, o estudante tem, sobretudo, que estudar, e muito, ensina Sonia. "Participar de todas as atividades que as universidades oferecem, como palestras, seminários e outras iniciativas organizadas pelos próprios alunos referentes à area que estão cursando, ler nos jornais e revistas a parte internacional, em resumo, acumular informação mais abrangente possível sobre a realidade internacional", enumera. Investir no aprendizado de línguas também é fundamental. Se o inglês e o espanhol são básicos, outros idiomas são diferenciais no currículo.

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