quinta-feira, 24 de junho de 2010

Educação Física


Para algumas pessoas, o estereótipo talvez ainda persista. Mas vai longe o tempo em que o Brasil era apenas “o país do futebol”. Hoje, atletas brasileiros destacam-se em muitas outras modalidades, como o vôlei de quadra e de praia e o judô – para citar apenas as mais notórias. E, mesmo entre os não-atletas, é cada vez maior o interesse por esportes e pelo próprio corpo. Basta ver a proliferação de academias de ginástica por todo o Brasil.É este cenário, em franca expansão, que os formados em Educação Física encontram ao sair da faculdade. O mercado de atividade física no País movimenta mais de R$ 2 bilhões em negócios. São pelo menos 1,5 milhão de frequentadores de academias e 3,5 milhões de adeptos de caminhadas e exercícios em casa. Só no Estado de São Paulo, há mais de 15 mil academias.A valorização de uma vida mais saudável, da estética e do espetáculo esportivo levou a esse aumento da demanda por profissionais da Educação Física para além do âmbito escolar. Este profissional pode atuar em cinco campos: educação, saúde, esporte, lazer e empresas.Embora os salários, de maneira geral, estejam um pouco abaixo dos praticados no mercado, os governos (municipal, estadual e federal) oferecem maior estabilidade profissional com as atividades de docência, gestão, organização e administração esportiva. No âmbito privado, estão em ascensão as academias, clínicas, acampamentos e clubes. Mas o profissional de Educação Física pode atuar ainda em vários outros lugares. Há boas oportunidades em empresas, hotéis, hospitais, postos de saúde e como personal training.Para construir uma carreira sólida, é importante que o formado em Educação Física goste não apenas de praticar esportes, mas também de ensinar e de lidar com pessoas. Em grande medida, ele atua­rá como professor. O perfil desejável desse profissional reúne ainda características como o interesse por conhecimentos ligados a manifestações físicas, psicológicas e socioculturais.Um bom educador físico não pode se limitar à formação recebida na faculdade. Depois de formado ele deve aprimorar seus conhecimentos, realizando cursos de pós-graduação e participando de grupos de pesquisa, congressos, estágios e cursos de extensão.As escolas, públicas e particulares, continuam apresentando uma grande demanda por professores de Educação Física, isso implica a necessidade de formação de profissionais competentes que possam atuar com seriedade e compromisso em prol do ensino de boa qualidade, com vistas a formar alunos críticos no que se refere à cultura corporal de movimento.
É provável que você fique indeciso se alguém lhe perguntar qual a primeira coisa que vem à sua cabeça quando se fala em Luiz Felipe Scolari. O multicampeão técnico de futebol já treinou diversas equipes no Brasil e no exterior, o que pode tornar a tarefa de escolher apenas um feito mais complicada. Mas dificilmente você vai escolher uma das primeiras realizações de Felipão. Ele é formado em Educação Física.
Claro que um recém-formado não terá uma conta bancária tão recheada quanto a do gaúcho. Mas, em tempos de preocupação com a saúde e com a boa forma, vem crescendo a procura por profissionais da área. E a boa notícia é que não precisa ser um grande atleta para ser um bom profissional. "Tem é de ter muita dedicação para estudar as formas de desenvolvimento do esporte e do lazer", diz o coordenador do bacharelado do curso da Unisinos, Cláudio Gutierrez.

Mercado - O profissional da Educação Física tem uma ampla área de atuação. O formado pode atuar nas diversas modalidades de ginásticas e atividades físicas desenvolvidas em academias, empresas - ginástica laboral -, personal trainer e em áreas afins, da formação desportiva desenvolvida em clubes amadores e profissionais, em escolinhas esportivas e da organização e desenvolvimento de atividades de lazer em centros comunitários, praças, clubes, prefeituras e outros orgãos públicos e privados. Também dá para seguir a carreira acadêmica.
Conforme Gutierrez, as academias de ginástica e escolas particulares têm seu próprio piso salarial. "Mas a remuneração é muito variável na área. Quanto ganha o meu colega Scolari?", brinca.

É para você? - "Se você gosta de trabalhar com pessoas, em um ambiente saudável, e liderar grupos em função da superação de desafios pessoais e coletivos, você tem uma inclinação para a Educação Física", indica o professor da Unisinos. Ser um generalista, pelo menos no começo da carreira, também é importante, avisa o professor. "Existem muitas oportunidades na área do esporte e lazer e, principalmente no início, fica difícil estabelecer um foco para o desenvolvimento profissional. Deve-se exercitar um saudável e bem informado ecletismo em diferentes campos de atuação", diz.

O que vem por aí - A área de esporte e lazer está em franco desenvolvimento, comenta Gutierrez. "A própria vida, se olharmos o desenvolvimento de nossas sociedades no último século, tem se 'esportivizado', cada vez mais o lúdico, o despojado, o afetivo, estão valorizados." Assim, áreas como o segmento de esportes radicais estão em ascensão, assim como trabalhos com a terceira idade.

Diferencial - Por ser um curso da área da saúde, a Educação Física requer estudo, avisa Gutierrez. Mas ele reforça a dica de que o aluno não tente buscar uma especialização precoce. "Usufrua de todas as possibilidades de experiências em esporte, atividades física e lazer", avisa.

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