quinta-feira, 24 de junho de 2010

Arqueologia


No imaginário de nove entre dez pessoas, o retrato do arqueólogo é o aventureiro Indiana Jones, que, além de encontrar a "arca perdida", enfrenta dúzias de inimigos. Na prática, claro, a profissão é bem diferente. A Arqueologia trata do estudo das sociedades através da cultura material fabricada e produzida por elas, explica o professor da Universidade Católica de Goiás (UCG) Paulo Jobim Campos Mello. "Ou seja, podemos estudar não só as sociedades antigas, mas também as atuais."


Mercado - Conforme o professor da UCG, embora a idéia que se faça da Arqueologia remeta a gigantescos monumentos como as pirâmides do Egito, o que se encontra no trabalho no Brasil, no entanto, são coisas bem diferentes: "pequenos fragmentos de panelas cerâmicas, instrumentos de pedra lascada - quase sempre confundido pelos não-arqueólogos com um simples seixo fragmentado - ou ruínas de uma velha casa abandonada", enumera Mello. É com isso que o arqueólogo tentará entender como viviam as sociedades que produziram esses objetos.
A área de atuação mais comum do profissional é a academia. O arqueólogo pode atuar tanto em universidades, desenvolvendo pesquisas e dando aulas, quanto em museus, fazendo curadoria do material exposto. A profissão não é regulamentada no País, portanto, não há piso salarial.

É pra você? - O futuro profissional da Arqueologia tem de ter mesmo uma pitada de espírito aventureiro. "Ele terá que gostar de realizar os trabalhos de campo, para achar e coletar material, o que não deixa de ter um certo sabor de aventura", diz o professor. Mas também precisa de uma boa dose de paciência e meticulosidade para analisar em laboratório, às vezes por horas a fio, o material recolhido para identificá-lo.


O que vem por aí -Com o crescimento das obras civis e públicas no Brasil, a demanda por arqueólogos vem crescendo, afirma Mello. "Toda obra de engenharia - rodovias, hidrelétricas, linhas de transmissão, etc - é obrigada a fazer o estudo dos impactos causados no patrimônio arqueológico e esse tipo de trabalho é denominado de arqueologia de contrato", diz. O profissional trabalha desde a fase inicial do empreendimento (realizando os relatórios de impacto ambiental - RIMAs) até a localização e escavação dos sítios que serão afetados. "Há, atualmente, escassez de mão de obra. Isso pode ser notado pela criação de novos cursos de graduação em Arqueologia pelo País", afirma.

Diferencial - Para um estudante que deseja se destacar, a recomendação do professor de Goiás é que, durante o curso, consiga, com diferentes professores, o máximo de experiência possível, tanto em relação à análise dos diferentes tipos de material (cerâmico, lítico, ósseo, etc), quanto às diferentes técnicas e métodos de trabalho de campo.
Redação Terra

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