quinta-feira, 24 de junho de 2010

Engenharia de Aquicultura (Aquicultura)

Mais da metade do consumo de peixe no Brasil vem da pesca artesanal, mas este cenário começa a mudar. E um profissional é responsável por pelo menos uma parte dessa mudança. O engenheiro de aquicultura é responsável pelo cultivo em cativeiro de peixes, ostras, camarões e outros frutos do mar. A profissão, relativamente nova - a primeira turma foi formada em 2003 -, começa a ganhar espaço, já que além de garantir a produção do peixe, é mais ecológica, evitando a pesca predatória.
Conforme o coordenador do curso pioneiro no País - da Universidade Federal de Santa Catarina, Walter Quadros Seiffert, hoje outras duas faculdades oferecem a Engenharia de Aquicultura, a PUC de São Jose dos Pinhais, no Paraná, e a Universidade do Pampa, no Rio Grande do Sul, o que indica o potencial de crescimento da profissão. "O Brasil deve crescer muito nesta área. Além das graduações, os curso de nível médio também estão aumentando de número", comenta.

Mercado - O engenheiro de aquicultura sai da faculdade apto a montar fazendas de água doce ou salgada para a criação de organismos aquáticos. Pode atuar em empresas de produção de organismos aquáticos, como consultor para associações e cooperativas de produtores, prefeituras, secretarias de agricultura, empresas públicas e privadas. Também é comum a atuação como empresário na produção de organismos aquáticos e seu beneficiamento. Na indústria, o profissional acompanha o beneficiamento do pescado. Na universidade, trabalha no ensino e pesquisa da aquicultura em instituições públicas e privadas em nível superior ou técnico.
Conforme Seiffert, apesar do potencial de crescimento do setor, o mercado de trabalho ainda é pequeno no País. "A principal dificuldade para os alunos que se formam é a oportunidade imediata de emprego, devido ao baixo crescimento momentâneo da atividade", diz. A atividade é regulamentada pelo Conselho de Engenharia e Arquitetura e o piso da profissão é de 14 salários mínimos.

É pra você? - Para o coordenador do curso da UFSC, é importante que o aluno tenha perfil empreendedor. "Esta é uma profissão que exige que o aluno lute pelo seu espaço. Tem que se dedicar, não tem nada pronto para ele, tem que desbravar seu próprio futuro", aconselha. "Se fizer isso, dificilmente sai da universidade sem uma colocação profissional." Além disso, vale lembrar que o curso é versátil e mescla disciplinas de engenharia, como cálculo e estatística, e biologia, genética e zoologia.

O que vem por aí - O cultivo de peixes marinhos em cativeiro é uma das novidades da profissão. A ideia é reduzir a pesca predatória e, ao mesmo tempo, ampliar o consumo de pescado. Outra alternativa citada por Seiffert como uma das apostas para o engenheiro de aquicultura é o cultivo de microalgas para a produção de biodiesel.
Diferencial - É importante se dedicar à prática profissional o mais cedo possível dentro da universidade. A UFSC oferece cinco laboratórios para a prática dos alunos: de piscicultura marinha, de camarões marinhos, de moluscos marinhos, de biologia e cultivo de peixe de água doce e de diagnóstico e patologia e aquicultura. A faculdade ainda mantém a fazenda experimental Yakult, para a produção de camarão.
Fonte: Terra

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