quinta-feira, 24 de junho de 2010

Artes Cênicas


Curso incentiva criações cênicas e projetos educacionais


O reconhecimento público de que as artes são importantes no aprendizado escolar é recente no Brasil. Ele aparece pela primeira vez no texto dos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais), criados em 1997, que incluem quatro formas de expressão artística – teatro, dança, artes visuais e música – nos ensinos fundamental e médio.Seguindo essa tendência, o Instituto de Artes (IA) da UNESP, câmpus de São Paulo, reformulou seus cursos de licen­ciatura em Artes, extinguindo a Educação Artística e criando três novas licenciaturas, entre elas a de Artes Cênicas, instalada em 2005. Em 2008 o nome foi alterado para Arte – Teatro.O profissional formado pelo curso pode atuar no magistério (ensino fundamental e médio), no ensino não-formal, pela ação cultural em oficinas artísticas, e na elaboração, produção e execução de projetos culturais relacionados às artes.Durante o curso o estudante é estimulado a pesquisar, a fazer criações teatrais e a planejar articulações do teatro com o ensino. O objetivo é proporcionar ao aluno as condições necessárias para que ele possa intervir, de maneira crítica e responsável, no conjunto das práticas éticas, políticas e do saber dentro do contexto cultural de sua localidade e das instituições de ensino em que vier a atuar como profissional.Por isso, incentiva-se, desde o primeiro ano, sua participação na vida cultural da cidade, seja atuando, frequentando os espetáculos oferecidos pela programação local ou realizando oficinas complementares em outras instituições.



Não são muitos os atores que vemos nas novelas que passaram pela faculdade de Artes Cênicas. Então, você pode se perguntar: qual a vantagem de se apostar em uma graduação de, em média, quatro anos? É que nem só de novelas vive um ator.
Os cursos de Artes Cênicas espalhados pelo País têm em seus currículos diversas formas de expressão, como o circo e a dança, além de disciplinas como maquiagem e cenografia. "Tem muita gente que pensa que teatro é só sair fazendo alguma micagem. Vão procurar o teatro porque sabem fazer rir ou imitam bem alguém. Não se dão conta que sem teoria não há prática e que o estudo teórico é fundamental", explica a atriz e bacharel em artes cênicas - habilitação em interpretação teatral - pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Ágata Baú.


Mercado - O leque de opções de trabalho para o bacharel em Artes Cênicas é imenso. Além de atuar, o profissional pode trabalhar nas áreas de cenografia, direção teatral, dublagem, produção... Para quem opta pela licenciatura, ainda há a opção de ministrar aulas de teatro em escolas. A área de pesquisa em teoria do teatro também costuma ser uma opção astante procurada pelos formados na área.
Mesmo sem precisar colocar o diploma embaixo do braço para trabalhar, o profissional formado tem, além do diferencial óbvio de reunir conhecimento teórico e prático, a chance de formar uma rede de relacionamentos, imprescindível na área. "Conhecer as pessoas é fundamental. Foi por causa da faculdade que conheci Adriane Mottola (do grupo Cia Stravaganza), que foi minha professora, e participei de diversas leituras encenadas promovidas por seu grupo, onde conheci pessoas com quem montei espetáculos mais tarde. Não que isso só aconteça com quem está na faculdade, mas é um facilitador", diz Ágata.


É pra você? - Ao contrário do que acontece em outras faculdades, dificilmente um aluno cai de pára-quedas na graduação de Artes Cênicas. É comum que o estudante já tenha tido experiências na área e busque a universidade para aprimorar os conhecimentos. A atriz gaúcha é um exemplo, já que participa de aulas de teatro desde que freqüenta a escola. "Comecei acreditando que teatro seria um complemento na vida e acabei descobrindo, na marra, que ocuparia um lugar bem maior", comenta Ágata, que abandonou a faculdade de biologia pelas Artes Cênicas.
"Ainda durante a biologia, fui fazer o curso de formação de ator e depois uma oficina de montagem no Depósito de Teatro, onde tive a confirmação de que estava indo pelo caminho certo", diz. Obstinação, dedicação e força de vontade também estão entre as características deste profissional. A maior parte das faculdades exige, junto com o vestibular, um teste de interpretação antes do ingresso. A versatilidade conta pontos.


O que vem por aí - Os investimentos crescentes no País em cinema e teatro abrem portas para os profissionais que trabalham na área. Outras vias de trabalho são os cursos, que são ministrados para turmas de crianças e adultos. A FAAP, de São Paulo, por exemplo, mantém um curso de teatro para executivos. A graduação em Artes Cênicas tem diferentes habilitações, que costumam ser escolhidas no ato da inscrição no vestibular.
Na Federal do Rio de Janeiro, há duas habilitações: cenografia e indumentária. Já na de Brasília, há a licenciatura em educação artística e o bacharelado em interpretação teatral. A segmentação é uma tendência.


Diferencial - "Em teatro, não existe uma fórmula de sucesso, existe trabalho, força de vontade e oportunidade", recita Ágata. Por isso, desde a faculdade, o ideal é se dedicar. Ela comenta que uma das vantagens da faculdade é justamente essa, a dedicação. "O legal é que estamos sempre nos exercitando. Todos os dias", diz. Outra dica é participar bastante.
"Aulas, debates, experimentações fora de aula, leituras... Também é importante prestar atenção e ter consciência do que é bom ou ruim na sua opinião e identificar os motivos disso", ensina a atriz, que hoje cursa o mestrado, também na UFRGS, além de participar do elenco de duas peças e ministrar uma oficina de teatro para iniciantes.

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